segunda-feira, 29 de agosto de 2011

TUM TUM TUM...


Vem cá. Me dá aqui a sua mão. Coloca sobre meu peito. Agora escute. Olha o tumtumtum.
Você pode me ouvir? É pra você, seu besta!
É por você que meu coração bate! (Ele, que de tanto bater, parou sem querer outro dia).
Posso confessar? Jura que vai acreditar em mim? A verdade é que estou de saco cheio de histórias românticas. Meus casos de amor já não têm a menor graça.
Será que você me entende? Eu não escrevo porque vivo amores cinematográficos e quero contar pro mundo.
Não!! Eu escrevo porque eu sou uma maluca. Minha vida é real demais.
Um filme B pra ser mais exata. E eu não acho graça em amores sem final feliz.
Por isso, invento. Pro sangue correr pelas veias, pra lágrima cair dos olhos, pra adrenalina sacudir o corpo. ..
Eu invento amores pra ver se eu acredito em mim. (Acredita?).
Mas hoje eu estou cansada. Estou cansada de mentiras, de realidade, de telefone mudo e de músicas sem letra.(...)(...)Me deixa ser egoísta.
Me deixa fazer você entender que eu gosto de mim e quero ser preservada.
Me deixa de fora de suas mentiras e dessa conversa fiada.
Eu sou uma espécie quase em extinção: eu acredito nas pessoas...
E eu quase acredito em você....
Não precisa gostar de mim se não quiser. Mas não me faça acreditar que é amor, caso seja apenas derivado. ...
Não me diga nada. (Ou me diga tudo).
Não me olhe assim, você diz tanta coisa com um olhar. E olhar mente, eu sei! E eu sei por que aprendi.
Também sei mentir das formas mais perversas e doces possíveis. (Sabia?)
Mas meu coração está rouco agora. GRAVE! Você percebe?
Escuta só como ele bate. O tumtumtum não é mais o mesmo.
Não quero dizer que o tempo passou, que você passou, que a ilusão acabou, apesar de tudo ser um pouco verdade...
O problema não é esse. Eu não me contento com pouco. (Não mais).
Eu tenho MUITO dentro de mim e não estou a fim de dar sem receber nada em troca.
Essa coisa bonita de dar sem receber funciona muito bem em rezas, histórias de santos e demais evoluídos do planeta.
Mas eu não moro em igreja, não sou santa, não evoluí até esse ponto e só vou te dar se você me der também."

(Fernanda Mello)

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