PERCEPÇÃO

Desde bem novinha tive a mania de desenhar...
Quando estava triste..quando estava alegre...quando me sentia sozinha...ou curiosa..
Depois percebi que as letras juntas chegavam mais perto do que eu queria expressar...dizer...
Até que se tornaram palavras...agrupadas...
um monte de palavvras agrupadas que faziam sentido...
Assim nasceu meu vício...minha mania...favorita..
"Escrever..."
Isso veio naturalmente...não ultrapassei fases..adorava ser criança..mesmo me sentindo diferente...por dar mais atenção ao meu redor...sentir pelas pessoas...e ter uma sensibilidade aguçada em todas as circunstâncias...
Uma vez na escola...me deparei com uma menina que sofria de deficiência física e por esse motivo era excluída das rodas ..das brincadeiras...na hora do recreio...sim era ssim que se chamava..recreio...
Crianças tb podem ser muito cruéis...
Me mantive junto dela porque a vi de uma forma que as outras não conseguiam...
Bem acima de sua deficiência..a vi perfeita...pra conversar, brincar e dividir o lanche... foi minha primeira amiga de fato na escola e ainda lembro dela com carinho...ela adorava fazer cartões de amizade e dar as pessoas por nada...apenas doar amor...
Era de fato um ser iluminado...
Aprendi a enxergar as coisas de outras formas...e passei a escrever sobre isso...
Claro que nem todo mundo tem paciência pra ler..
Todos estão tão imediatistas..apressados..que preferem cantar o refrão de uma música...ver uma foto...um vídeo...
Mas continuo apaixonada pelas palalvras...
A beleza do gesto de escrever me comove..me atrai...
É assim que me esvazio de tudo...que me reciclo...
Que esgoto minhas possibilidades..
falando...mas não perdendo as palavras ao vento...
Fica gravado...nas minhas palavras cada impressão e sentimento que tive...
ultimamente me sinto menos ansiosa...já escrevi 4, 5 texto num dia..hj junto tudo num dado momento...e sai naturalmente... 
Vejo com pavor que estou ficando obsoleta por ser dessa forma...
Acham piegas...demodê...ultrapassado...
Mas sinceramente não me atinjo...
Escrevo pra mim...e se de alguma forma servir pra alguém...me sentirei bem com isso...
Não tenho a necessidade de agradar a todos...
Vivo agora uma fase meio egocentrista..estou no centro de minhas atenções...
Andei preocupada demais um tempo com os outros...
Que cheguei esquecer por momentos que existo...o que é um perigo...
to no topo da minha lista de prioridades...
Sei que isso pode parecer meio egoísta... 
Mas não é...egoísmo é vc ser do jeito que as pessoas querem e não de fato do jeito que te faz feliz...


(Cristiane Ferreira)

PERSONALIDADE

 

Dentre as coisas que estão em alta pra mim hoje...
Uma delas é dar mais atenção ao que sinto...
Claro que isso está meio fora de moda...
Afinal todos parecem viver de aparências...por dar menos trabaho...
Sim...eu digo isso porque na maiora das vezes...não parece de bom tom para muitos ser muito diferentes de todos...
Causa aborrecimentos...constrangimentos..e afasta a simpatia de alguns..
Porque se vc se mostra igual..ninguém te percebe e vc acaba passando batido diante dos olhos aguçados dos famosos mexeriqueiros de plantão..
Sim...aquelas pessoas que se ocupam integralmente a cuidar da vida alheia..pois a delas mesmo não tem graça alguma...
E VOU CONTAR HEIM...E DE AMARGAR...
Não só aumentam , mas fazem questão de inventar coisas que daria inveja  a qualquer diretor de cinema pelo tamanho e criatividade de suas fantasias...e imaginação...
Quando eu disse que daria mais atenção ao que sinto estava falando de aceitar que sou diferente em algumas coisas e opiniões...e que definitivamente isso nao me faz ser um ET..
E que mesmo que isso possa me trazer alguns momentos de solidão...
Eu não estaria traindo meus sentimentos..
Se não gosto..não gosto e pronto...se gosto ...faço questão de mostrar...
Sem essa de equilibro nas palavras...isso é para os fracos ...querer agradar a todos...
Que se dane essa mania que a maioria tem de ser igual..
Minha opinião hoje vale mais que ação na bolsa em alta...
ME ORGULHO DISSO!
Ter personalidade num mundo como nosso..é o mesmo que ter coragem!


(Cristiane Ferreira)

MUDANÇAS...

 
 
Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba?

O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos.

Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos. O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito.

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.


-(Martha Medeiros)