quarta-feira, 4 de agosto de 2010

COMO BORBOLETA...

Sim eu sinto...
A água turva de minhas dúvidas...estão a rondar minha alma...
Numa espera de viver coisas boas...
Respirar fundo e poder ver com alívio ...
Que minhas esperanças foram todas recicladas..uma a uma...
Que meu céu ....cinza...carregado...escuro...
Esconde um sol diferente...
Que há um azul transparente...
E que à noite dará para ver todas as estrelas possíveis...
De todas as galáxias...
Cada brilho...saído dos meus mais impossíveis e secretos sonhos...
Que minha sede será saciada...
Cada gota..de meus desejos...
Mesmo aquele que eu tenha esquecido...por não acreditar mais...
Que o frio que sinto na alma..mesmo coberta de trajes e desfarces...
Será acalentado..
Acalmado...
Que minha fome...será enfim exterminada...
Por muitas e intermináveis ceias...no altar de meu leito...
Por pureza de gestos...olhares dentro de meu eu...num impulso forte e suado...
Do ser que ainda espero conhecer...e acredito que exista...
Eu possa ver...o sorriso mesmo que sem querer de minha face lúdica...feroz , completa...
Que eu possa enfim assistir ao extermínio de todos os meus medos...receios...
Assistir o entrelaçar de minhas mãos...sentindo o afago de palavras doces...sinceras...nos ouvidos...
Tenha um colo...atado a meu rosto...
Belo....incomparável...protetor...
E lá pegue no sono...adormeça sorrindo...com lágrimas nos olhos...
Confiante...segura...realizada...
Que minha memória não mais me lembre...do passado...e toda as dores que senti...
Mas que me faça doer de felicidade...
Por ter certeza...que não precisarei partir...
Apenas sorver toda cândura desse momento único...
E poder contemplar a chuva lá fora...ouvindo o barulho suave das estrelas...
Bailar no espaço sobre asas da liberdade conquistada...como uma borboleta...
Recém nascida ....
Poder colorir meu caminho...a cada pouso...e bater de asas...
Até pousar novamente...cansada...mas pra sempre...
Sabendo que não precisarei mais de casulos...
E mesmo com as asas um pouco desgastadas...machucadas...
Saberei...enfim...
Cheguei em casa...

(CRISTIANE FERREIRA)

Um comentário:

  1. Profundo, heim!?
    Inspirada pelo passado amargo e pela esperança num futuro feliz...bem legal mesmo.

    Como as borboletas...uma hora o casulo não serve mais pra nada e aí só resta a liberdade pra voar em busca da felicidade.

    Parabéns!!
    Bjssss

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