sábado, 11 de dezembro de 2010

PARTÍCULAS...

Pensei que por ser adulta eu não sentiria falta de coisas da infância...
Não imaginava como seria ser tão difícil lidar com a maturidade...
Nem tão pouco com a falta de liberdade que é ser adulto...
Escravizada pela ética...
Amarrada pela preocupação de não parecer irresponsável...
Porque parecer irresponsável implica em muitas limitações...e aborrecimentos...
Ser adulto é um saco...
Um fardo pesado...
Um castigo sem sentido...
Somos diariamente atacados pela nossa conciência...
Enquanto ser criança é viver e gozar da total liberdade de ser inteiramente nós mesmos.
Sem se preocupar com a opinião alheia...ou com o espelho...ou com a idade...
Vivemos pra descobrir...sem saber o que se tem a descobrir...
Somos curiosos e despreocupados...
Alegres por pensar que teremos sempre alguém pra nos defender...nos consolar...
Nos proteger....
Enquanto ser adulto é o aprendizado constante da solidão....
Descobrimos que era muito mais fácil quando não sabíamos que nada demasiadamente importante se tinha pra descobrir...
E ainda mais nesse mundo pelo qual vivemos...
O que ?
Se tinha pra descobrir o amor?
Que nada...
Quando se é criança se ama da forma mais pura...e singela...
Enquanto adultos fazemos do amor um jogo...
Que quase sempre saímos perdedores...
Seja pela perda de tempo ao jogar...
Seja pelo jogo de azar..que ele se torna...
Ao querermos direcionar nosso sentimento...
Mandar em nossas emoções...
Comandar nosso coração...
Ser adulto é ridículo às vezes...ou quase sempre...
Melhor seria se nascessemos adultos...
E nos tornassemos puros com o passar do tempo...dos anos...
Aprendessemos a rir mais...de coisas bobas...
Adorássemos nos lambuzar com sorvete..chocolate...manga...
Subir em árvores...
Correr descalço bricando de pique pega...
Nos livrar das agruras da vida...da falsidade velada...
Do peso da ignorância ditada pela falta de humildade...pelo orgulho...
Nos tornar mais leves...mais íntegros...mais serenos...
Mais sinceros...
Ir nos tranformando aos poucos...
Ficando pequenos...mas grandes por dentro...
Até nos transformar numa partícula ...num embrião...numa célula...
Seria poesia...
Ao invéz de morte..
Nos tornar uma partícula de vida...



(Cristiane Ferreira)

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