quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

FILHOS...


Episódios antigos são como velhas películas

Desfilam na tela do passado

Alimenta-se de doces lembranças

Quando colocamos um filho no mundo

Começamos a perdê-lo, nesse momento sublime

À medida que crescem, partem ao caminho que os espera

De vez em quando, sua saudade consegue reuni-los a sua volta

E você se apercebe sorrindo

E prepara novamente o ninho para recebê-los

No entanto, a cria se alimenta e logo bate asas

Apenas seus olhos conseguem mirá-los, qual outrora

São os reflexos dessa saudade incontida

O tempo nesse momento já se encarregou de torná-los viandantes

Todavia, em sua retina, não passam de pequenas aves

A procura de seu amor e seu ninho

É o velho filme que retorna a retina

Essa fita em sua avant premier

Arrebata lágrimas desse olhar já extenuado

Cheio dessa saudade que insiste em se alojar

De minhas pequeninas aves

Apenas imagens e afetuosas lembranças

Seus filhos serão seus para sempre

Uma vez que dentro deles permanece sua afeição e zelo

Conservam a ternura de serem seus

Porque pegastes em suas mãozinhas pela primeira vez

Os fazendo prisioneiros

Guarda na alma a altivez de serem filhos

Ao gerador, coube o saber

Ao protetor, o desejo de sempre esquentar e renovar o ninho

Mesmo sabendo que quando as asas nascerem

Os filhotes partirão rumo a vida.

Com felicidade, pude observar o vôo

Hoje, permanecerei esperando no ninho

Vou cerrar-lhes as asas

E abrigá-los em meu colo quentinho.

Jamais desfarei o ninho.

Vivo a expectativa do regressar dos filhotinhos


(Sonis Santos)


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