Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta os braços, sorri e dispara: "eu não sou de ninguém, eu sou de todo mundo, e todo mundo é meu também..."
No entanto, passado o efeito do uísque, ou vodka com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração 'tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam da solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição...
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Não dá, infelismente, para ficar somente com a cereja do bolo,
beijar de língua, namorar e não ser ninguém...
Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso como:
-Não receber o famoso telefonema no dia seguinte...
-Não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa...
-Não se importar se o outro está beijando outra, etc,etc.
Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo daa cobertas num dia chuvoso, comendo pipoca com chocolate quente.
O prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor...
Namorar é algo que vai além das cobranças.
É cuidar do outro e ser cuidado por ele;
É telefonar só pra dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné...
Um colo pra chorar, uma mão para enxugar as lágrimas...
Enfim é ter alguém para amar...
Somos livres pra optarmos!
E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém...
É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...
(Arnaldo Jabor)
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