quarta-feira, 10 de novembro de 2010

MINHA POESIA...

Minha poesia tem cheiro de chuva...
Que cai as vezes sem querer...
No meio do nada assim de repente...
Se mostra entempestiva...carente...
Me faz feliz... mas faz doer...
Minha poesia é como chão....
Que dele mesmo rachado e seco...ainda assim
pode fazer brotar vida...e diferentes cores e formas...
rosa...branco...amarelo...carmim...
Minha poesia é como perfume...
suave e doce...tomando conta do ar...
que se torna forte num piscar de olhos..fazendo arder os olhos...
Ao ponto de fazer chorar...
Minha poesia é como um infinito mar de estrelas cadentes
que cruzam o céu...e apontam na escuridão da noite...
E despenca lá do céu... em gotas de sereno...
Molhando a pele dos amantes...
Minha poesia é como o ventre da mãe a esperar seu filho...
Paciente...e cheia de sonhos...inundada de beleza...ao sentir
Que presenteia o mundo...ao gerar uma alma...sem medo sem impecilho...
Minha poesia é como o toque dos que não perderam a esperança...
Da saudade sentida...do abraço apertado de um sincero amigo...
Do ressurgir...das lembranças...
Minha poesia é beijo demorado...na boca dos que amam e são amados...
Dos que buscam no meio do nada..razão para acreditar em seu tudo...
Que sente...ri...luta...e toma pra si...um puro coração alado...
Minha poesia é partículas de um mundo externado...
Fiel e leal ao sincero...real ..absoluto...desordenado..
Que mesmo que não faça sentido pra muitos...
Faz a diferença pra mim e pra outros tantos é tudo....
Minha poesia é como o tempo que gira em torno de nós...
Pela constância... incerteza...pela perssistência...pela tolerância ..
Pela beleza da verdadeira vontade...sem vaidade....
De ajudar a falar o inexplicável...ao desatar meus nós...
Minha poesia é como fogo que ateia no peito
Dos que se deixam sentir...se apaixonar..
Sem querer explicações...
Sem meias verdades..sem preconceito...
Que sorri mesmo com medo.. e enche o peito de ar...
Minha poesia é como sorrir...
mesmo com lágrimas nos olhos...
Do que é imortal... do que é especial do que é nosso de direito...
O nosso direito de amar...
Minha poesia não precisa de regras...
De panos de fundo...de música...
ELa é absolutatmente clara...
Irrestrita...nua...
Toma a voz ...mesmo calada..sem ser o que não pode ser...
Viola as leis do que se pode explicar...
Minha poesia... é como o mar...
Infinito berço...imenso...leito...
Que faz bem ao meu corpo...que me faz pensar...
Minha poesia não tem endereço...
Mora a cada segundo num plano de existência diferente...
Se muda com o vento...aponta em qualquer lugar...
Minha poesia se veste de anjo..pensa que pode voar...
Mas cai e se despenca na verdade que se revela...
E no chão ainda atordoada..se perde
Na pura certeza...dos defeitos humanos...
E triste a chorar fala do que não pode mudar...
Das imperfeições detalhadas...da maldade...crueldade...
dos enganos...
Minha poesia é como criança...que pensa na alegria...
E quando cresce....traz dentro de si...uma suave lembrança...
Corre aos saltos e cansada..dorme ...
E ao dormir esquece...
O que de fato queria fazer...
A cada sono acordado...na vida...
Tem um novo amanhecer...
Minha poesia é assim solta....
Não se pode frear...
Se mete em todos os assuntos...
Por achar que pode ajudar...
Minha poesia pobre e iludida...
Anda cega a vagar...
Luta com os cegos e tolos...
contra os medrosos mudos e além...
Na tentativa...de fazer que lhe ouçam...
Não apenas o que convém...
E mesmo sendo pobre..se iludindo...
Continua a acreditar...
Que um dia quem sabe...alguém leia...e se interesse...
Aos sentimentos que ela têm...
E se importe ao querer que os outros...
Atrávés de suas palavras...
Com esse mundo se importe também...



(cristiane ferreira)

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